terça-feira, 29 de março de 2016

#NÃO VAI TER GOLPE!!!

Descobri há pouco tempo que detesto os tons pastéis, eles são omissos, e tornam tudo em sua volta igualmente omisso, é que o que eu detesto mesmo é a omissão. Sinto frustrar quem espera deste blog um texto claro e objetivo sobre as razões de eu ser contra o impeachment, contra os modos antidemocráticos e duvidosos do Juiz Sérgio Moro, contra a oposição aproveitadora, oportunista e golpista, mas é que alem de eu (pessoalmente falando) não ser clara e objetiva nunca (nunca mesmo), já tem muitos textos com essas características por aí, em sites e blogs mais famosos, contundentes e interessantes do que o meu, e não tenho nem a pretensão de doutrinar e influenciar quem quer que seja, deixo isso pra mídia e pra oposição, e nem a pretensão de educar político, social e culturalmente as pessoas, deixo isso a critério dos intelectuais (de esquerda ou não), eu apenas não consigo ser omissa.
Há um tempo atrás um cara me disse que tava aprendendo a me amar, o achei ignorante, tolo, abominável e disse a ele: - Eu não sou amável, não sou encantadora, não sou surpreendente, e conviver comigo é um caos no marasmo, mesmo assim é fácil me amar, se tiver um Q.I razoável. Ele não entendeu porra nenhuma, nunca mais o vi, deve estar assistindo o Jornal Nacional agora, jurando estar bem informado.
Tenho consciência que a maior parte das pessoas gostam de estar cercadas de outras pessoas, e eu, gosto da solidão de um quarto vazio, um cigarro, e a multidão que povoa a minha cabeça, desde que permaneça na minha cabeça. Não sou tão sensível quanto aparento em alguns dos meus textos, é que por vezes a sensibilidade soa tão superficial quanto os rótulos. Eu sou egocêntrica demais pra me encaixar em qualquer bando, olho em volta e me acho superior a 90% do mundo, não, eu não sou tão convencida, é que as pessoas estão fúteis demais, tá tudo fútil demais e as fronteiras só evidenciam tais extremas futilidades.
Mas eu não sou superior né? Sou apenas mais alguém mesquinha, pequena e egoísta, viciada em analgésicos, cigarros, observações e fantasias, que morre de preguiça de debater com os mais intolerantes e os menos instruídos, e que se cala, por se achar a tal. No fundo eu respeito a opinião alheia, mesmo que divergente a minha, e sei que não tô sempre certa, afinal nunca consegui ser povo, mesmo tendo sido povo a vida inteira. Quanto mais egocêntrica sôo, mas banal eu me torno, porque talvez a mim seja interessante e baste trajar uma camisa vermelha sozinha, mas não é, sempre vou precisar que outros trajem comigo, isolados não vencem batalhas, as batalhas são vencidas de mãos dadas.
Quando eu tinha nove anos, uma professora me pediu pra ler a minha redação na frente da turma, porque ela tinha gostado, eu queria, mas não soube dizer não, levantei da carteira e tremendo como um alcoólatra em abstinência, comecei a ler, e quanto mais lia, mais despida me sentia, acho que aquela sensação nunca passou, só escrevendo eu estou nua, então não julguem a flacidez das minhas palavras, ou as gorduras localizadas nelas, nem mesmo suas celulites e estrias, pois por pior que elas soem, elas soam, e tudo o que pretendo com elas é que pensem, e tirem suas próprias conclusões, mas pensem, pensem mesmo.
Diferente de muitos discursos e opiniões as quais algumas eu respeito e outras são apenas insegurança de dizer o que acha e achar o que acha, falando ser contra o impeachment, mas também contra o governo Dilma, e não gostar ou simpatizar com o PT, a minha é diferente. Eu sou contra o impeachment, a favor do governo Dilma, e gosto e simpatizo com o PT, detesto os tons pastéis, eles são omissos, e tornam tudo em sua volta igualmente omisso, eu visto vermelho, isso não me torna menos brasileira e nem mais egocêntrica. Isso não me torna nada,  já sou suficiente. Mas quem divergir de mim, não leve para o lado pessoal (eu não levo), é que eu não sou amável, não sou encantadora, não sou surpreendente, conviver comigo é um caos no marasmo, mas mesmo assim é fácil me amar, se tiver um Q.I razoável, é claro. Tiara Sousa