terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Rafael


Ele chegou reacendendo desejos
Fazendo-me voltar a sonhar
Com um jeito meigo
E um olhar triste
De quem sente
Mais do que suporta

Sem muito romantismo
E meias conversas
Iludiu minhas ilusões
E encantou os meus encantos
Fazendo-me sorrir
De tudo que eu já não achava graça

Ele foi embora
Deixando seu cheiro
A lembrança dos beijos
E um vazio em mim

Ele nem imagina...
Mas me fez chorar
Por que a paixão de uma mulher
Dura mais que o desejo de um homem
E a saudade é um tormento

Agora, distante...
Ele canta reggae
Enquanto eu ouço Bossa Nova
Assiste ao futebol
Enquanto eu leio poesia
Vive intensamente
Enquanto eu tento esquecer

Tiara Sousa

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Escrevendo para os jornais

Lendo os jornais, descobri que a violência é notícia, as doenças são notícia, os artistas, é claro, notícia, as greves, os eventos, os esportes, os acidentes, a política, muita coisa é notícia.
Escrevendo para os jornais eu finalmente descobri o que não é notícia.
Não é notícia a causa da insônia que eu tive ontém, o cansaço que eu sinto agora, a ressaca do mês passado, e uma paixonite fora de hora, os fracassos, a saudade, o sossego, minha história, o amor á liberdade, os sonhos que tenho, os momentos que vivi e os que deixei de viver.
Não é notícia, porque ao povo não interessa, porque eu não sou a Madona, porque eu não tenho parentes importantes, nem amigos influentes.
Não é notícia, por que os sentimentos são meus e a sociedade cristã não se importa, ela apenas faz de conta que somos todos irmãos.
Não é notícia por que o atual papel do jornalista é fingir que se importa com o que dá audiência e deixar de se importar com o que não interessa aos meios de comunicação.
Os jornalistas não são imparciais, as notícias não são imparciais, as pessoas não são imparciais.
A imparcialidade é sonho, filosofia, ditado popular.
Na faculdade não ensinam que a nossa vocação vira moeda de troca no mercado de trabalho ou mercado branco, que é como eu preconceituosamente gosto de chamar, mas tudo bem, preconceituosamente lemos todos os dias nos jornais chamarem mercados piores de mercado negro.

Tiara Sousa

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Paixões


As pessoas se apaixonam, porque os olhares se cruzam, os beijos se encaixam, os dias demoram a passar ou passam rápido demais.
As pessoas simplesmente se apaixonam.
Por que é complicado, é ilusório, é tênue e é demais.
Nas praças os adolescentes se declaram, na noite os boêmios se agarram, nas portas as mocinhas e os rapazes se eternizam.
E assim são as paixões, o orgulho vai embora, o bom-senso vai embora, as diferenças vão embora, a boa-conduta vai embora;
O que permanece são os sorrisos bobos, o chorar escondido, os impulsos surpreendentes, as dores abomináveis e os ciúmes fora de hora.
E não importa se a paixão durar um mês ou um ano, ela sempre bagunça a vida das pessoas, ela sempre atravessa os objetivos e as prioridades de alguém, ela sempre toma conta de 90% dos pensamentos do apaixonado.
Por que se apaixonar não é pra qualquer um e é pra todo mundo.

Tiara Sousa

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Verdades e Mentiras

Acreditar nas pessoas...
Dizem que é coisa de gente boba, gente idiota, gente infantil;
Mas eu acredito.
Acredito nos sorrisos e nos olhares;
Acredito nos gestos e nos momentos;
Acredito nas palavras e no silêncio.
E é claro, não fugindo as regras;
Ás vezes descubro que as tais verdades, são mentiras bem contadas, expostas e surpreendentes.
É mais fácil ler um complexo texto de Arendt do que decifrar uma pessoa;
O ser humano é subjetivo e formal, mesmo aparentando informalidade.
Precisa-se mais do que experiência, maturidade e atenção pra descobrir o que alguém é capaz de fazer;
É preciso ser igual a esse alguém ou então esperar.
Não há mentiras e máscaras que o tempo não derrube.
E ás vezes dói ter acreditado.
Mas também...
Não há feridas e mágoas que o tempo não cure.

Tiara Sousa

sábado, 3 de janeiro de 2009

Amores Possíveis ( No embalo de reggae)


Tudo é possível e improvável em São Luís; "A ilha do amor". No embalo de um reggae, as pessoas ao redor, gente que não entende e que não se entende, jovens de toda a parte do país.Olhares, atração, beijos, vontade, sexo, desejos, viagens. Um vai, outro fica. Continuam suas vidas fingindo que nada aconteceu, que foram apenas dois meses, que não doeu.Um romance com prazo de validade, porém, ainda um romance.Os sorrisos, as lágrimas, as conversas, as pessoas, os sons; Tudo guardado em algum baú, a sete chaves.Uma história pra contar aos netos ou apenas um sonho, com começo, meio e fim.Porque amores possíveis...Só são possíveis, no embalo de um reggae.