sexta-feira, 24 de abril de 2009

Insanos

Insanos, somos todos, que já nem reclamamos mais nossos direitos, sequer sabemos todos os nossos deveres, e até nos habituamos com as dores sociais. Se respondêssemos mal, seríamos equivocados, se bem, seríamos corretos, como já nem respondemos, somos definitivamente loucos.
A loucura nunca é analisada deste ponto de vista, tão brusca é a autoria ridícula de fatos sociais, tão eminente é o uso dos fatos culturais para abafar a atual situação em que vivemos, onde os políticos fingem que fazem e nós, fingimos que vivemos dignamente, onde já nem sabemos quem é polícia e quem é bandido. Mas até quando vai dar pra fingir, é imposição ou crítica, é medo ou falha, é dor ou anestésico, que transforma em hospício um país de amor.
Os jovens já não protestam, fingem que se preocupam, que lutam por uma sociedade mais digna e justa, fingem, porque fingir é mais fácil, por que a ociosidade não é mais coisa de idosos. Os problemas sociais não são mais discutidos em grêmios acadêmicos, partidos comunistas e sim em bares, pra conquistar, pra aparecer, não pra resolver, nem pra mudar.
Nossos antepassados fizeram tanto por nós, quando saíram nas ruas em busca de democracia, do fim do racismo, da emancipação feminina, do fim da ditadura militar, e nós o que fazemos? Nada. Ficamos assistindo a novelas e futebol, lendo revista de fofocas e nos alienando cada vez mais, por que é confortável e deprimente.
Se definiram loucos os jovens que tentaram mudar o mundo, eu defino loucos os que não tentam mudar, pois tudo que foi conquistado até hoje, iniciou de uma tentativa.

Tiara Sousa

quinta-feira, 16 de abril de 2009

As células de uma sociedade

A célula representa a menor porção de matéria viva dotada da capacidade de autoduplicação independente. São unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos e podem ser comparadas aos tijolos de uma casa, cada tijolo seria como uma célula. O organismo humano é pluricelular, ou seja, seres humanos possuem aproximadamente 100 trilhões de células.
Partindo desse conceito podemos considerar as células primordias na vida de um ser humano e portanto comparo que o efeito exercido num corpo pela célula é o mesmo que o do voto em uma sociedade democrática.
Na atual situação de cassação do governador do Maranhão, Jackson Lago, que está sendo acusado injustamente de compra de votos, abuso de poder político e econômico e conduta ilegal, tudo decorrente da ganância e do medo da família Sarney, que realizam tais práticas e detém o poder há 40 anos, pode-se afirmar sem dúvidas que a cassação neste caso não significa justiça e sim o contrário.
Fazer de conta que milhões de votos não existiram, que a eleição de um pedetista como Jackson não significou nada é como se destruíssimos milhões de células de um ser pluricelular, como se calassemos o grito de independência ou morte de Tiradentes, e antes de tudo, como se morressemos, depois de pensarmos ter conquistado a liberdade, depois de tanto gritar e chorar de emoção ao ver Roseana Sarney fora do nosso governo.
A justa vitória de Jackson Lago deu esperança a um povo que a família Sarney fez questão de que permanecesse ignorante, pois sabem que a ignorancia cega e enxergar seria reconhecer que os Maranhenses estavão prejudicados. O povo provou que a alienação estava por acabar. Mas infelizmente para os Sarneys não existem parâmetros, e eles querem o governo a qualquer custo, temem a ameaça de alguém capaz de instruir nosso povo, de melhorar nossas vidas, de libertar nossa gente, temem o governador.
E enquanto um circo é montado em torno de um golpe que eles denominam cassação, Jackson Lago caminha de cabeça erguida e de cabeça erguida o povo caminha a seu lado, tentando preservar as células da sociedade maranhense.

Tiara Sousa (Artigo escrito às vesperas da cassassão de Jackson, publicado no Jornal Pequeno, logo após a cassassão)