sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Meios de viver

(Dedicados aos primos falecidos Daniel e Diene)

Eu fiquei lembrando os rostos, algumas falas também;
Fiquei lembrando os gestos, os momentos. Mas os rostos é que não me saiam da cabeça.
Como pode-se morrer tão jovem, tão antes de realizar sonhos, supor ocasiões, dançar, cantar, amar?
Os jovens morreram. Deixando uma mãe sem respostas, uma filha sem esclarecimento, um dia sem sol.
Em meio ao carnaval, como se a alegria ainda pudesse contagiar.
Saber que não haverá mais conversas, mais discussões, mais vida.
E o que haverá ao redor? Se eles não mais sorrirão, não mais distribuirão bons-dias.
Se é parte da vida, a morte. Então porque dói tanto? Então porque mais cedo? Então porque com eles?
É realmente difícil medir o que é maior, a saudade ou a revolta, a fé ou a desilusão, o antes ou o agora.
E pra nós esse dia nasceu, iluminando a dor de nunca mais ter as suas companhias;
E pra nós esse dia irá morrer, e ainda estaremos procurando meios de viver sem eles.

Tiara Sousa