sexta-feira, 24 de abril de 2009

Insanos

Insanos, somos todos, que já nem reclamamos mais nossos direitos, sequer sabemos todos os nossos deveres, e até nos habituamos com as dores sociais. Se respondêssemos mal, seríamos equivocados, se bem, seríamos corretos, como já nem respondemos, somos definitivamente loucos.
A loucura nunca é analisada deste ponto de vista, tão brusca é a autoria ridícula de fatos sociais, tão eminente é o uso dos fatos culturais para abafar a atual situação em que vivemos, onde os políticos fingem que fazem e nós, fingimos que vivemos dignamente, onde já nem sabemos quem é polícia e quem é bandido. Mas até quando vai dar pra fingir, é imposição ou crítica, é medo ou falha, é dor ou anestésico, que transforma em hospício um país de amor.
Os jovens já não protestam, fingem que se preocupam, que lutam por uma sociedade mais digna e justa, fingem, porque fingir é mais fácil, por que a ociosidade não é mais coisa de idosos. Os problemas sociais não são mais discutidos em grêmios acadêmicos, partidos comunistas e sim em bares, pra conquistar, pra aparecer, não pra resolver, nem pra mudar.
Nossos antepassados fizeram tanto por nós, quando saíram nas ruas em busca de democracia, do fim do racismo, da emancipação feminina, do fim da ditadura militar, e nós o que fazemos? Nada. Ficamos assistindo a novelas e futebol, lendo revista de fofocas e nos alienando cada vez mais, por que é confortável e deprimente.
Se definiram loucos os jovens que tentaram mudar o mundo, eu defino loucos os que não tentam mudar, pois tudo que foi conquistado até hoje, iniciou de uma tentativa.

Tiara Sousa

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