segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Laila, a Quarta

( Dedicada a minha irmã, Laila Cunha Santos)

Laila, a Quarta

De todos os tímidos, ela se fez maior
Impecável, possibilitou o dia seguinte
A teimosia, a eficaz, a diferença, a genética, o exótico
Laila não soube sorrir, quando era pra chorar
O medo ou a dor de que se faz ausente
Daquele que prevê um mundo

Não inconstante, ela sobreviveu
Entre paixões e clausura
Entre pessoas e olhares
Que reprovam, que condenam
Que lutam, que choram
E aprendem que o amanhã
É sempre insano, é sempre mistério

Laila aprendeu a fugir e a encontrar
Aprendeu que a poesia não é coisa de gente feliz
Ela quis mudar!
Mas ninguém muda
Ninguém atende ansiosamente a telefonemas pelos quais não esperou

Menina! Ainda não sabe
Que as comédias românticas americanas
Não são reais
Que as lutas não são em vão
Que toda paixão parece ser o grande amor de uma vida
E quase sempre não é!

Atrás da fatal e atraente “normalidade”
Pensou em ser moralista
Não conseguiu.
Pensou em ser objetiva
E escreveu poesia!
Pensou mesmo em ser
Só Laila...
Mas ser só Laila
É enlouquecer ou carregar consigo todas as dores da humanidade
Então por fim, pensou em ser má.
Mas maldade não entra em coração de POETA


Tiara Sousa

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