segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ás vezes, solidão

Ás vezes nós escolhemos ficar em casa, apreciando a vista pelas grades da janela, presos no próprio íntimo, cultivando-se. E nos plantamos para florescermos, fortificarmo-nos, porque a solidão, apesar de vista sempre como algo negativo, pode ser uma escolha momentânea , e quando é, funciona como a água que faz a planta se desenvolver, é esta que dá andamento ao processo de autoconhecimento, entendimento e amadurecimento humano. É que enquanto nos recolhemos, o mundo gira, os outros vivem, o tempo corre, assim como deve ser, porém e apesar da impressão equivocada de que paramos no tempo, a verdade é que sós percorremos o nosso mundo interior, pausamos para encontrar os alicerces para seguir com mais segurança nosso caminho. Ás vezes preferimos ser espectadores, renunciamos à intensidade, ao impulso, a participação em favor de uma paz que apenas habita no comodismo da clausura. E nos permitir esse (ás vezes) não é reinvindicar das possíveis próximas experiências, nem perder tempo, é sim adiá-las para que quando aconteçam estejamos preparados, para que quando sairmos da proteção ímplicita nas fechaduras das portas de nossas casas, os outros, os acontecimentos, não nos amedrontem, não nos paralisem, não nos derrubem. E então quem sabe um dia todos possam se permitir momentos coerentes de solidão e essa palavra possa ser dita suavemente e sem temor, assim como dizem saudade e como dizem amor. Quem sabe? Ás vezes. solidão. Tiara Sousa

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