sábado, 5 de maio de 2012

Não somos hippies, nós somos livres


Para nós a lua nunca é a mesma, o mar tem temperamento e o sol tem seus motivos. A terra alimenta, é sempre mais do que o chão em que pisamos, os seres humanos são mais que espectadores de um palco sem arte, são artistas de uma mesma história em que não deve-se representar, pois apenas acontece e só de acontecer já liberta. Portanto, aos moralistas, recatados, presos a conveniências, escravos do capitalismo, alheios dos sentimentos, sóbrios do amor, declaro que corações vazios nunca irão alcançar a lua, perceber as paisagens, somar a terra, compreender o mar, nunca irão amar como amamos, assim tanto que vai dos raios de sol aos sorrisos dos outros, estarão sempre presos a roupas sem cor, a noites sem poema, ao julgamento sempre precipitado, a pressa que nunca leva aos lugares que realmente vale a pena conhecer.
Não somos hippies, apenas contemplamos as cores, suportamos as dores e conversamos com quem já não sabe pra onde ir. Nós somos livres, pois amamos os corações, não as carteiras, o caráter, não os modos, o motivo, não a pressa, as árvores mais que os prédios, a música mais que os ternos. E amamos os hippies também, reconhecemos e até nos apropriamos de muitos fatores históricos e pensamentos desse movimento de contracultura dos anos 60, respeitamos até mesmo os que se perderam e se entorpeceram tentando rever esse movimento como fuga para a dura realidade dos dias atuais, pois ainda assim sabem mais, são mais dignos do que os que julgam roupas e modos, do que os que discriminam gente e bicho, do que os que equivocados sentem-se melhores e nem conhecem a grandiosidade da igualdade e da aceitação.
Aos que nos julgam, desejamos as melhores vistas, as canções mais lindas, as roupas mais coloridas, uma melhor compreensão. E sobretudo que desaprendam a discriminar, a pré-julgar, a caçoar. Não somos hippies, mas desejamos a estes paz e amor pra entenderem que sentir vai além do que vemos, do que supomos, ou do que nos falam, sentir é conhecer e conhecer é abandonar a ignorância, a intolerância e a estupidez. Tiara Sousa 

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