segunda-feira, 12 de março de 2012

Essa tal liberdade

Alguém falou que é tudo mentira, o vento, a lua, as folhas das árvores a balançar, a página em branco. O amor próprio como designo e até a normalidade, seja lá o que ela for. As pessoas passam a vida procurando alguma coisa que valha tão a pena, que se mostre tão grandiosa a ponto de prendê-las. Seja um grande amor, uma realização profissional, uma amizade, uma crença, uma utopia, mas que seja grande a ponto de acelerar o coração, de congelar os passos. Mas que procura é essa, que esquinas devemos dobrar, em que rios devemos mergulhar, por qual motivo apenas em poemas é que o Sol sorri? Pois se algo congela os passos, prende, e que prisão se almeija mas que um mundo sem fronteiras, que um coração sem amarras, que o topo de uma montanha? Porque passar a vida procurando uma prisão? A liberdade não é tão confortável como a própria cama, braços familiares, caminhos já percorridos. A liberdade é a puta das ações, pode morar em qualquer lugar, nadar em qualquer rio, sentir de toda forma e nem sempre é o lugar certo, o rio seguro, o sentimento nobre. E amedronta essa tal liberdade, faz as pessoas desejarem o óbvio, faz querê-las até o fim um grande amor, objetivos facilmente realizáveis, caminhos curtos e as mesmas histórias pra contar. Pois se a vida é de vários grandes amores, maior a possibilidade de decepções, se houverem objetivos difíceis, maior a possibilidade de não conseguir e se andar por caminhos curtos é bem mais fácil não se perder. Ah! Se as pessoas enfrentassem o medo e se entregassem a essa tal liberdade! Saberiam que nada é mentira, nem o vento, nem a lua, nem as folhas das árvores a balançar, nem a página em branco, sempre e sempre a espera de uma nova história. Tiara Sousa

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