domingo, 21 de outubro de 2012

Nesta eleição votarei em...

Temo parecer prepotente, confusa e até leiga, mas como temo ainda mais ser hipócrita e omissa, devo admitir, nesta eleição votarei em... calma, não tão depressa Pra lá com a esquerda direita, com a direita errada, com o idealismo, com a fantasia e até com o sonho, aquele sonho que eu cresci sonhando, mas que não me mantém em pé, que não paga as minhas contas e pior ainda, não paga as contas do povo, que não muda a cabeça das pessoas, que não melhora o mundo, que não dá fim ao preconceito, que só discursa e discursa e discursa. É, eu sei, é um belo discurso e de certa forma é o meu discurso também, mas é só um discurso, sem curso, sem realidade, sem atualidade. Pareço da direita errada agora? Não se enganem, eu serei uma eterna canhota política, mas isso não quer dizer que eu não perceba as coisas, isso só faz de mim uma sentimental.
Havia uma criança no meio dos comunistas, de braços dados com a mãe, toda esclarecida, falando do passado, do presente e do futuro, fazendo boca de urna por convicção pelo centro de São Luís, chamando a atenção dos adultos pela maneira madura de expor sua crença num futuro melhor, sem diferenças, sem autoritarismo, sem desigualdade, pois é, aquela menina sou eu (ou ao menos costumava ser), aquele futuro nunca chegou, eu comemorei Lula, eu comemorei tantos e ainda tenho medo de assaltos, ainda perco amigos para as drogas, ainda vejo gente passando fome, ainda sou discriminada, ainda leio poemas pra não ter que sentir a dor de escrevê-los. O meu país se tornou o Brasil da esquerda direita por nunca ter deixado de ser aquele Brasil da direita errada, o meu partido, como disse Cazuza, é de fato “um coração partido” e “as minhas ilusões estão todas perdidas”, e cá entre nós, ser esclarecido é de uma confusão sem proporção, e aí as pessoas mandam mensagens, e-mails, fazem provocações: __E aí moça, o 2º turno das eleições pegando fogo e o seu blog não se pronuncia? A todos os pedidos de pronuncia, só tenho uma resposta a dar, não é a que vocês gostariam de ouvir, mas é a que eu tenho no momento: Eu me recuso a anular o meu voto, o voto é uma conquista árdua para todos e ainda mais para mim, que além de cidadã, sou mulher e negra, portanto dou a ele muito valor exercitando-o, e como tenho estado pouco inspirada ultimamente, me pronuncio citando Cazuza: “Aquel(a) garot(a) que ia mudar o mundo, mudar o mundo, agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro...” Ou seja, neste momento só o que posso dizer é que estou pensando para quem votar no 2º turno, pensem também, anular o voto não deveria ser uma opção e escolher não está tão fácil, nem tão óbvio como aparenta. Tiara Sousa

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