sábado, 26 de janeiro de 2013

A mercê daquele homem


Ele olha para os meu olhos, passa minutos e mais minutos olhando dentro dos meus olhos. Eu só consigo pensar, enquanto ele me olha, que tipo de cara numa época dessas passa tanto tempo olhando nos olhos de uma mulher. Eu saio de perto dele, vou para um lugar escondido, vou para um lugar seguro, e distante, e frio. Eu já passei desse tempo de amores de conto de fada, e os olhos dele me causam emoções e ressalvas, daí eu fujo para um lugar em que os olhos dele não me alcancem, mas esse lugar não existe, os olhos dele sempre me alcançam.
A impressão que eu tenho é que a minha casa fica há duas horas dali, daquele olhar; Que o meu trabalho, fica há duas horas dali, daquele olhar; Que a minha sanidade fica há duas horas dali, daquele olhar. A certeza que eu tenho é que eu fico lá, a mercê daquele homem estranhamente lindo, com um olhar tão familiar e casto que me faz esquecer tudo o que a minha impressão diz que fica há duas horas dali.
Ele beija a minha mão, passa minutos e mais minutos beijando a minha mão. Eu só consigo pensar, enquanto ele beija a minha mão, que tipo de cara numa época dessas passa tanto tempo beijando a mão de uma mulher. Eu saio de perto dele, vou para um lugar escondido, vou para um lugar seguro, e distante, e frio. Eu já passei desse tempo de paixões arrebatadoras, e os beijos dele me causam calores e medos, daí eu fujo para um lugar em que os beijos dele não me alcancem, mas esse lugar não existe, os beijos dele sempre me alcançam.
A sensação que eu tenho é que a minha mão é a minha boca, rendida aquele beijo; Que a minha mão é a minha nuca, rendida aquele beijo; Que a minha mão é o meu corpo inteiro, rendido aquele beijo. A certeza que eu tenho é que eu fico lá, a mercê daquele homem estranhamente lindo, com um beijo tão singular e voraz que me faz esquecer tudo o que a minha sensação diz que é somente minha mão sendo beijada.
Ele é de todos os homens o mais vulgar, imoral, pervertido, atrevido e contraditoriamente romântico, e ele consegue ser tudo isso apenas olhando dentro dos meus olhos e beijando a minha mão. Talvez eu não tenha passado do tempo de amores de conto de fada, talvez eu não tenha passado do tempo de paixões arrebatadoras, talvez esse tempo nunca passe. Tiara Sousa

Um comentário:

Alternativo disse...

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